sexta-feira, 24 de junho de 2011

Perdão, querido!

       

 Prezado cavalheiro a quem eu já tive o desprazer de magoar,
         Venho através deste meio, solicitar junto a você o perdão por tantas atitudes egoístas, infanto-juvenis e deveras vezes inescrupulosas. Sinto-me sinceramente envergonhada por coloca-lo em situações tão difíceis, meu caro, por favor, acredite.
         Minha real intenção quando te mandei mensagens dizendo que tinha saudade e te chamando pra almoçar, não era só para fortalecer nossos laços de amizade, meu coração maldoso e minha mente malvada eram conscientes de que desde o início eu só estava testando meu poder de sedução, pagando pra ver se mais uma vez eu conseguia o que queria e se a força das segundas intenções era realmente maior do que a das boas, parece que sim, porque foi só você aceitar e eu fui querendo menos e menos, me perdoe, querido. Fui decepcionante.
         Quando eu peguei na sua mão na frente dos seus amigos e desfilei com você por horas pra todo mundo ver, eu sabia o quanto significava pra você, o que te custava uns minutos felizes diante de tanta coisa ruim que eu já te fiz – você sabendo ou não, não é? Eu sabia o quanto você estava eternizando aquilo, por ser raro, por você fazer questão daquilo há tanto tempo, por significar pra você esperança de alguma mudança e aqui, minhas desculpas são por não ter um pingo de consideração pelos seus sentimentos, seus olhos eram só alegria, por algo que pra mim era tão pequeno e comum a todos os outros. Fui mesquinha.
         Outro dia quando nos beijamos, ali mesmo eu já sabia que não queria repetir, mas ainda assim elogiei o beijo e falei que esperava que acontecesse mais vezes, por essa e por outras coisas que eu falei como maneira de te ludibriar pra te ter disponível, tente me perdoar. Fui maldosa.
         Tente também, por favor, passar por cima daquela vez que eu estava tentando te convencer de que eu queria você, e em um momento de descontração você viu aquelas mensagens de outros rapazes em meu celular, fiquei extremamente envergonhada, e também pelas vezes que você percebeu que não consegui disfarçar algumas conversas. Fui desmascarada.
         Desculpe por conseguir te convencer de que eu não era quem demonstrava ser até conseguir ter sua confiança, seus beijos, seus eu te amo, suas mensagens, seus pensamentos, sua dedicação, eu nem sei que palavra devo usar nesta situação, ‘me perdoe’ é muito pouco. Eu esperava que você entendesse que pra mim é normal eu só querer você quando estou com saudades. Fui egoísta.
         Estou sem forças de continuar reconhecendo erros e fraquezas, mas preciso pra seguir em frente, então, me perdoe também por te comparar com pessoas fúteis, com outros rapazes tão mais lindos que você, perdão, principezinho, você é tão tudo que eu queria e precisava, todos os princípios que alguém de caráter deve ter estão em você e eu ainda te desprezo e te humilho dessa maneira, me diga você, o que eu mereço por isso? Eu sinto tanto. Fui mentirosa.
         Devo citar também a angústia que vi em seus olhos quando terminei. Entendo hoje que aquele momento foi divisor de águas na sua vida, que você não permitiria mais que nenhuma outra tocasse você e seus sentimentos daquela forma, acabando com possibilidades antes mesmo delas surgirem, te fiz seco, te tornei oco. Fui assassina.
         Ao fim disto, espero que as carapuça sirva, que a voz da sua mãe dizendo que não te ensinou isto martele o inconsciente de cada célula do seu corpo, que a consciência, o caráter ou seja lá o que você usar como sinônimo de moral ética, te perturbe por cada situação que já passei por sua causa e que alguém te devolva em dobro tudo que você já fez no sentido de crueldades emocionais, porque em cada parágrafo acima, fui irônica.

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